Infectologista reforça a importância da quarta dose da vacina contra a Covid-19

(Por Comhupe . Maio 2022)

“Vacinar é fundamental”, ressalta o coordenador da CCIH-Hupe e presidente de honra do Congresso Científico do Hupe 2022, Marcos Junqueira do Lago, que desde o início da pandemia tem sido um dos mais influentes especialistas a defender a conscientização sobre a importância da vacinação contra a Covid-19.

A cidade do Rio de Janeiro iniciou em abril, a vacinação da quarta dose, também considerada como segunda dose de reforço. Inicialmente, foi priorizada a faixa etária de pessoas com 70 anos, seguidos dos 60 anos e assim será até completar todas as idades. Porém, de acordo com o painel da Covid-19 da Prefeitura do Rio de Janeiro, até 20 de maio, 64,6% da população maior de 18 anos possui as três doses na caderneta vacinal. Um percentual ainda não ideal para preservar a doença totalmente sob controle. Em entrevista à Rádio Roquette Pinto, o coordenador de Controle de Infecção Hospitalar(CCIH) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe-Uerj), Marcos Junqueira do Lago, falou sobre o estágio atual da Covid-19 e reiterou a importância da continuidade do processo de imunização da população.

“Esta quarta dose ou segunda dose de reforço, tem uma grande importância. Faço aqui um comparativo em termos de uma partida de futebol. A quarta dose equivaleria a um time fazer o terceiro gol em seu adversário já aos 40 minutos do segundo tempo. Este gol praticamente finalizaria qualquer reação do adversário. Portanto, vejo esta quarta dose da vacina como algo que nos traz segurança e tranquilidade para seguirmos nossas vidas” resumiu Lago.

O infectologista lembrou que a vacina serve como um estímulo adicional de proteção, para incentivar a formação de anticorpos neutralizantes.  O que é fundamental para o momento atual. “Estamos entrando em uma fase endêmica, ou seja, a doença continua existindo, mas em número bem menor de casos e se apresentando de uma forma menos intensa” explicou.

Apesar da vacinação das doses de reforço estarem lentas, para o especialista, a perspectiva é favorável. “Vejo um panorama bem favorável para os próximos meses. Mas, apesar deste momento de maior calma que estamos vivemos, é fundamental lembrar que a Covid-19 ainda existe. Hoje não temos a inacreditável taxa de 4.000 mortes ao dia no país, mas sabemos que as contaminações continuam”, alertou.

Durante a entrevista, Lago também ressaltou que o êxito no processo de vacinação tem possibilitado que os novos casos tenham uma forma mais branda. “Porém, mais uma vez reforço, que eles ainda existem. Penso que o fundamental é seguirmos trabalhando no sentido de ampliar formas de diálogos e campanhas que busquem e potencializem a conscientização e a divulgação de informações de saúde atualizadas, esclarecedoras, validadas e fáceis de entendimento, para que todos se imunizem”, defende o infectologista.

Neste sentido o médico terminou a entrevista chamando a população para concluir o esquema vacinal. “Como profissional de saúde e pesquisador, afirmo que todos que estiverem na faixa etária, de acordo com o calendário vacinal, devem tomar a quarta dose. A vacina não é perigosa e vai te proteger para que nos próximos meses você possa ter sua vida normal de volta, sem medo. Inclusive, aproveito aqui a oportunidade para lembrar que na vacinologia há um conceito de que mais de uma vacina podem ser dadas em conjunto, no mesmo dia. Portanto, não tem problema algum em tomar a vacina para Covid-19 e a da gripe também, assim otimizando a visita à unidade básica ou ao centro de vacinação”, concluiu. A entrevista na íntegra pode ser conferida no site da rádio Roquette Pinto.