(Por Comhupe . Maio 2022)
“É impressionante o trabalho que vocês fizeram aqui. Estamos felizes por esta constatação”, com estas afirmações a representante da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da Organização Mundial de Saúde (OMS) no Brasil, Socorro Gross, resumiu a sensação da delegação de ambas as organizações durante uma visita às instalações do ambulatório Pós-Covid do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe-Uerj) no início deste mês. Uma comitiva reunindo também a líder técnica da OMS para Covid-19, Maria Van Kerkhove, a coordenadora de Vigilância, Preparação e Resposta a Emergências e Desastres da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Maria Almiron e outros agentes percorreu o espaço e pode ver em prática ações de atendimento e reabilitação realizadas no local. O grupo foi recebido pelo diretor do HUPE, Ronaldo Damião, e pelo Secretário Estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, além dos coordenadores clínicos, de enfermagem e de serviços do Hupe e da Faculdade de Ciências Médicas. O encontro contou ainda com a presença da subsecretária de Saúde Cláudia Mello e do diretor de Articulação e Estratégia de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Breno Soares.
Durante a reunião inicial, o diretor do Hupe apresentou um panorama geral da estrutura montada em junho de 2021 e que, até abril deste ano, registrou 30.330 atendimentos. Ronaldo Damião, relembrou que o Pedro Ernesto funcionou como centro de referência no controle e tratamento da Covid-19 durante a alta da pandemia e foi a primeira unidade de saúde pública a abrir um espaço especializado para atender casos de sequelas da doença.
Ancorado na área anexa ao campus do Hupe, o espaço abriga consultórios de diversas clínicas médicas e serviços de enfermagem, psicologia, assistência social e um pavilhão para reabilitação com fisioterapia, motora e respiratória. Um aprendizado significativo na opinião do diretor. “É impressionante a recuperação do paciente que chega de cadeiras de rodas, sem possibilidade de caminhar, e três meses depois ele está correndo na esteira. Foi preciso mudar o conceito inicial de que este paciente pós-covid, após a alta, precisava ficar em casa. Hoje nós vemos que ele precisa é vir para a reabilitação. É fundamental este trabalho”, compartilhou Damião.
O local também serve de base para pesquisas como a do mapeamento Pós-Covid, que acompanha hoje mais de 7 mil pacientes, e estudos de monitoramento da resposta imunológica da vacinação. Neste sentido, o Secretário Alexandre Chieppe fez questão de ressaltar à comitiva que o Ambulatório Pós-Covid está instalado em um centro acadêmico, um pólo de aprendizado. Chieppe ressaltou que este fator é indispensável até para se pensar políticas e financiamentos de ações futuras no estado. “Uma das principais funções aqui é (atender), e também gerar conhecimento. Não só local, mas para o estado todo. A partir de então podemos pensar como vamos tratar este paciente e organizar a nossa rede para atender às necessidades Pós-Covid”, completou o Secretário.
Após os relatos, Socorro Gross explicou que a equipe está percorrendo ações como esta em todo o país. “Nós estamos fazendo uma escuta de experiências que podem ser compartilhadas como resposta pós-pandemia no Brasil. Como o professor Damião disse, nós vimos o impacto dos sintomas da Covid Longa; e também vimos que este tratamento tem que ser integral, como vocês estão fazendo e apresentando aqui”, declarou. Após a reunião, o coordenador de Assistência Médica do Hupe e um dos diretores do ambulatório, Rui de Teófilo e Figueiredo filho, juntamente com a equipe de coordenação do Pós-Covid acompanhou a delegação pelos consultórios e espaços de reabilitação e pesquisa do local. “Dá para observar que é um trabalho impressionante que vocês estão realizando aqui. Dou parabéns a vocês e sou grata por compartilharmos esta experiência”, declarou Maria Van Kerkhove, líder técnica da OMS para COVID-19.